Sempre que abria a porta o quarto ficava mais claro
- 2009 -







tomada #4
Fotografia
Impressão em gelatina prata
2009








tomada #5
Fotografia
Impressão em gelatina prata
2009








quarto #2
Fotografia
Impressão em gelatina prata
2009








Paisagem #2
Fotografia
Impressão em gelatina prata
2009







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Sempre que abria a porta o quarto ficava mais claro
Instalação
Fotografia impressão em gelatina prata, aço, plástico, mdf, impressão offset
dimensões variáveis
2009








Luz natutal nº187
Fotografia
Impressão em gelatina prata
21 x 29,7 cm
2009





às 16 horas, porta nº 1
Fotografia
Impressão em gelatina prata
21 x 29,7 cm
2009




às 16 horas, porta nº 2
Fotografia
Impressão em gelatina prata
21 x 29,7 cm
2009





às 16 horas, porta nº 3
Fotografia
Impressão em gelatina prata
21 x 29,7 cm
2009











Flyer
Impressão






































Sempre que abria a porta o quarto ficava mais claro


O espaço expositivo Quarto Escuro é normalmente utilizado para exibir obras áudio-visuais exactamente por ser um quarto que está pintado de cinzento escuro apelando às black boxes.

Depois de várias visitas a diferentes exposições no Quarto Escuro era frequente os diferentes espectadores entrarem dentro do quarto e fecharem a porta logo de seguida para tentarem chegar às supostas condições ideais de exibição da obra. Decidi então trabalhar sobre uma ideia de acaso.

No espaço existem apenas três tipos de objectos diferentes. Tomadas de electricidade, um batente de borracha e uma mola (tipo hidráulica) atrás da porta. Inicialmente a minha atitude foi principalmente a de observador. Se cada uma das obras que esteve exposta na galeria propôs uma reflexão ao espectador ela desviou-o ao mesmo tempo dele próprio. Eu propus então uma conexão do espectador consigo mesmo a partir do momento da sua entrada, quando o quarto ficava mais claro, ou até mesmo desde o momento do convite. Para isso, fiz dois batentes de metal e coloquei-os em ambos os lados da porta obrigando-a a ficar entreaberta deixando por isso entrar um pouco de luz. De que maneira é que se evita que a porta bata na parede? É batendo num outro lado. Nunca se evita o bater. Estes dois batentes que mantêm a porta “fechada” são de algum modo a representação da mola hidráulica que se encontra atrás da porta. E esta, por sua vez, aparece como uma representação “real” da acção do espectador que sempre que entrava no quarto fechava a porta atrás de si. Por serem em metal, os batentes não evitam nem aliviam quando a porta bate neles, deixam marcas nas portas e nos próprios batentes. Este é um apelo à consciência do espectador e da sua mesma acção enquanto produtora de sentidos. A porta bate com força no batente de metal porque foi ele que empurrou a porta. De que maneira é que a obra “trabalha o espectador”? Ao querer dar relevância à acção do espectador e da sua própria consciência, tento dar realidade à sua realidade deixando portanto uma marca também nele. Por estar espelhado, o batente aparenta ser um objecto com luz. No entanto, esta apenas o reflecte, sendo assim ao mesmo tempo um objecto de sombra e de luz. Na parede de fora do quarto está uma fotografia de uma tomada, o outro elemento que se encontra dentro da galeria. Na fotografia aparece então apenas uma tomada branca numa parede branca. Dois pontos negros existentes na tomada indicam a saída de energia. A possibilidade de luz vem então da escuridão.

As portas estão “fechadas”.

Três outras fotografias encontram-se também na parede exterior do quarto. Estas fotografias foram tiradas no interior do quarto escuro que tem três portas. Às 16 horas eu abri todas as portas, uma de cada vez, e tirei uma fotografia à luz que entrava no quarto por cada uma delas. O espectador que tenta entrar no quarto (e que apenas consegue espreitar), após um olhar minimamente atento, repara que dentro do quarto está uma folha branca no chão e que tem um batente por cima. Esta folha é uma folha de papel fotográfico ainda por revelar, por isso ainda sensível à luz. Sempre que alguém abre a porta o quarto fica mais claro, mas a folha fica mais escura. Esta é uma tentativa de obscurecimento, sendo para mim uma mais valia do próprio objecto artístico num qualquer movimento de “contra a claridade”. A folha esteve sempre envolvida num plástico preto selado e, na inauguração, numa acção feita por mim, foi retirada desse invólucro, dando início ao processo.

Se é da escuridão que falo - e de um processo de obscurecimento da claridade que possibilita toda a produção de acaso ou de vários acasos em simultâneo -, eu falo do que para mim vem do acaso e do que, através de uma encenação, tento devolver ou propor: a consciência sobre toda a possibilidade de mutação da própria obra, o seu acaso.



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Tomada #6
Ferro
6 x 6 x 4,5 cm
2009






Medição #1
Fotograma
2009





Medição #2
Fotograma
2009